Viúva de cubano soube do assassinato em SC por rede social: ‘a mãe dele não fala desde terça’

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Casada com Roberto Laras Vega há 24 anos, a viúva Yanersy Mendez Mena não sabe se vai conseguir recuperar o corpo do marido, assassinado em Tijucas, Grande Florianópolis, na madrugada de sábado, 13 de julho.

Vítima de facadas, Roberto morreu aos 59 anos de idade, dentro de uma fábrica de artefatos de cimento, onde trabalhava e morava, junto aos dois suspeitos do homicídio. Ao ND Mais, Yanersy relatou como tem enfrentado o luto após saber pelo Facebook da brutal morte do esposo.


Roberto Laras Vega tinha 59 anos e foi encontrado morto com golpes de faca  - Arquivo Pessoal

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Roberto Laras Vega tinha 59 anos e foi encontrado morto com golpes de faca – Arquivo Pessoal


Roberto Laras Vega tinha 59 anos e foi encontrado morto com golpes de faca  - Arquivo Pessoal

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Roberto Laras Vega tinha 59 anos e foi encontrado morto com golpes de faca – Arquivo Pessoal

A morte de Roberto foi registrada por câmera interna da fábrica. Seu corpo foi encontrado no dia seguinte pelo dono da empresa. Segundo a polícia, o homicídio teria sido causado após um desentendimento com seus colegas, um venezuelano e um cearense. Os dois estão presos desde a última semana.

Último contato horas antes da morte

Moradora de Artemisa, a 60 quilômetros de Havana, capital de Cuba, Yanersy conversou com o marido por videochamada poucas horas antes do homicídio.

Durante a ligação, ela chegou a falar com um dos suspeitos e percebeu que o marido e os colegas estavam consumindo álcool naquela noite. Roberto estava organizando a vinda de Yanersy ao Brasil em agosto, e Assis, cearense preso na última quinta-feira (18), mencionou: “logo você vem”.

A viúva de Roberto costumava fazer videochamadas com o marido. Ela conta que falou com ele horas antes do crime – Foto: Arquivo Pessoal

No sábado (13), a viúva perdeu o contato com o marido e achou a situação estranha, recorrendo ao dono da fábrica. “Perguntei se ele sabia do Roberto, porque o Roberto não tinha me ligado mais e ele me ligava a cada meia hora […] estranhei que no sábado ele não me ligou e mandei mensagem para o chefe, que, automaticamente, trocou de número. Ou seja, ele sabia o que tinha acontecido e nunca me informou”, lamenta Yanersy.

No escuro, Yanersy recebeu uma mensagem no Facebook de uma pessoa desconhecida informando sobre o assassinato de Roberto. Quando tentou responder, a pessoa já não estava mais disponível. “Agradeço a ela de todo coração e quero que Deus a abençoe, porque se não fosse ela, eu não saberia do meu esposo”, desabafa Yanersy.

“Aqui em Cuba, os amigos dele ainda não acreditam”

Yanersy ainda espera uma ligação de Roberto, incapaz de acreditar no que aconteceu, assim como os amigos de seu falecido marido. Ela conta que Josefina Vegas, mãe de Roberto, não fala desde a última terça-feira (16), quando soube que havia perdido seu filho no Brasil.

‘A mãe dele não fala desde terça’, disse Yanersy Mendez Mena ao ND Mais.

Roberto saiu de Cuba em janeiro de 2023, vendendo tudo o que tinha para comprar a passagem. Do Brasil, ele enviava dinheiro para a esposa, que não trabalha devido a complicações de saúde e dependia do apoio financeiro do marido.

Corpo de cubano foi encontrado por dono da empresa

O corpo da vítima foi encontrado pelo proprietário da empresa. Conforme relatado à Polícia Militar, ele foi até o local e percebeu que o cadeado do portão havia sido trocado, sendo necessário rompê-lo para entrar. Ao entrar no prédio, viu sangue no local e encontrou o funcionário morto. Imediatamente, acionou a polícia.


Cubano foi morto em alojamento onde os três moravam - PCSC/Divulgação/ND

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Cubano foi morto em alojamento onde os três moravam – PCSC/Divulgação/ND


Chefe dos funcionários encontrou alojamento cheio de sangue - PCSC/Divulgação/ND

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Chefe dos funcionários encontrou alojamento cheio de sangue – PCSC/Divulgação/ND

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento que o trio entrou em um cômodo da fábrica. O delegado do caso, Rodrigo Dantas, explica que as câmeras mostram a vítima sendo arrastada para dentro do alojamento onde eles moravam após a briga de funcionários. No cômodo, que não tem monitoramento, ele teria morrido após ter sido esfaqueado no pescoço.

Suspeitos pelo crime foram presos

Os dois suspeitos pelo assassinato trabalhavam junto com a vítima na fábrica. O primeiro deles, um venezuelano de 27 anos, foi encontrado na quarta-feira (17) pela Polícia Civil em uma área de mata próximo ao local do crime.

Venezuelano foi encontrado sozinho em área de mata – Foto: PCSC/Divulgação/ND

O segundo suspeito foi preso na última quinta-feira (18), na rodoviária de Balneário Camboriú, no Litoral Norte. Ao que tudo indica, o cearense de 36 anos tentava embarcar para seu Estado natal.

No interrogatório, o venezuelano afirmou ser inocente. Segundo o delegado, o suspeito disse que a briga começou após a vítima, que estava bêbada, pegar o celular da sua mão. Ele teria então partido para cima do cubano e o agredido com socos.

Rodoviária Balneário Camboriú – Foto: Reprodução/Rodoviariabc.com.br

No entanto, conforme ele relatou ao delegado, a briga teria continuado com o cearense, que teria uma desavença antiga com o cubano. Em seu depoimento, venezuelano afirmou que não foi responsável pelos golpes de faca que mataram a vítima dentro do alojamento.

O suspeito disse também que era ameaçado de morte e teria sido obrigado pelo colega a ficar escondido na mata. O delegado afirmou que as investigações contestam a versão do suspeito.

“No início cogitava-se que apenas um suspeito teria cometido o crime, mas, à medida que a análise vai evoluindo, a gente consegue ter fortes elementos de que ambos golpearam a vítima”, disse o delegado.

“Pela dinâmica do ocorrido, certamente o corpo foi arremessado. Eles sairiam pela janela, depois retornaram para dentro do alojamento, tentaram limpar o sangue da vítima e, posteriormente, saíram juntos”, concluiu.

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