Mais de 62% das áreas urbanas de Tijucas a Garopaba estão sob risco de inundações até 2050

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Os primeiros resultados de uma nova pesquisa científica mostram que mais de 62% das áreas urbanas da região entre Tijucas e Garopaba estão sob risco de inundações nas próximas três décadas. A pesquisa de pós-doutorado é realizada pelo geógrafo Luiz Pimenta, do Projeto Raízes da Cooperação, por meio da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).

Mais de 62% das áreas urbanas de Tijucas a Garopaba estão sob risco de inundação até 2050 – Foto: Projeto Raízes da Cooperação/Divulgação

Os dados apontam alta vulnerabilidade das planícies da Grande Florianópolis em sofrer com inundações costeiras e aumento do nível do mar. Segundo os modelos usados na pesquisa, o aumento do nível do mar ao longo da costa de Santa Catarina aumentará, em média, de 0,25 a 0,30 metros nos próximos 30 anos (2020 – 2050).

“A subida do nível do mar criará uma mudança profunda nas inundações costeiras durante os próximos 30 anos, fazendo com que as alturas das marés e das tempestades aumentem e cheguem mais ao interior. Até 2050, prevê-se que as inundações “moderadas” (tipicamente prejudiciais) ocorram, em média, mais de 10 vezes mais frequentemente do que hoje, e podem ser intensificadas por fatores locais”, alerta o pesquisador.

Mapeamento mostra áreas mais suscetíveis a inundações nas próximas décadas – Foto: Projeto Raízes da Cooperação/Divulgação

A subida do nível do mar vai variar regionalmente ao longo da costa da região Sul devido às mudanças na altura da terra e do oceano. O mapeamento quanto à inundação costeira da Região Hidrográfica Litoral Centro, equivalente a 5.299 km², identificou que 18,66% dos terrenos estão em áreas sujeitas à inundação brusca e gradual.

“Em relação ao cenário de risco, aproximadamente 62,30% das áreas urbanas estão sob risco de inundações”, ressalta Pimenta. As cidades que compõem as planícies costeiras da área citada são Paulo Lopes, Palhoça, São José, Florianópolis, Biguaçu, Tijucas e Garopaba.

Planícies da Grande Florianópolis sofrerão mais impactos com inundações

Já na escala das áreas de planícies, que correspondem a 978 km², o risco é ainda maior. Mais de 76% do território está em risco de inundação devido a eventos climáticos extremos, associados às chuvas e marés de sizígia.

Planícies são áreas mais sujeitas às inundações – Foto: Projeto Raízes da Cooperação/Divulgação

“Com os cenários de subida do nível do mar e chuvas extremas, é importante destacar que, da área total da planície, pelo menos 40,51% será inundada com maior amplitude e frequência da maré nos próximos anos. O mapeamento identificou que 21,5% das áreas urbanas estão vulneráveis aos eventos de inundação”, diz.

As planícies costeiras, no entanto, foram consideradas áreas críticas, com alto risco de inundação em cotas que variam até 5 metros. Por isso, foram identificadas como  prioritárias para a conservação e amortecimento dos efeitos da elevação do nível do mar.

“O mapeamento identificou 276,78 km² como áreas prioritárias para a reabilitação de manguezais e de transição, o que corresponde a 69,8% do território. Atualmente 21,6 % das áreas já se encontram urbanizadas”, finaliza o pesquisador do projeto Raízes da Cooperação.

A pesquisa revela a necessidade de priorizar a reabilitação de áreas de manguezais e de transição, como restingas por exemplo, de mais de 60% do território das planícies.

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